Favela Rocinha - Youtube (mcristinabello)
“O turismo na favela tem razão de ser, porque é diferente, uma experiência em primeira mão com uma dimensão de aventura”, afirma a socióloga Bianca Freire-Medeiros, citada pela Lusa, que recentemente lançou o “Gringo na Laje – Produção, circulação e consumo da favela turística”.
O turismo nos “bairros da lata” brasileiros foca-se na famosa favela da Rocinha, a maior da América Latina, que já tem experiência turística há mais de uma década com resultados lucrativos e onde operam pelo menos quatro agências.
Recebendo em média 3500 turistas, sendo a maioria europeus (60 por cento), a favela é “vendida” como “um destino alternativo ao convencional”, segundo a ideia de “que a partir da favela, é possível explicar o Brasil”.
“Os turistas acham que ir à favela complementa a experiência de conhecer o Rio, ver o que é desigualdade”, comenta Freire-Medeiros.
Além da Rocinha, outras favelas começaram a ser incluídas em propostas turísticas, sendo que todas partilham a pobreza como a grande atracção”.
Mas, eis o detalhe, “muitas das agências” que propõem favelas utilizam a “fachada” de projectos sociais, sendo que os moradores “não usufruem em pé de igualdade dos benefícios gerados pelo turismo”.
E o perigo, a violência?
“O risco é parte da atracção”, acrescenta a socióloga, que conclui faltar um “turismo sustentável” que beneficie directamente os moradores. L.J.S.
